sexta-feira, 10 de junho de 2011

Um gesto de amor: Asas é um espaço criado para oferecer um melhor tratamento aos filhos autistas.

Falta capacitação médica para o diagnóstico precoce do autismo


Se uma criança apresenta dificuldades ou alterações nas áreas da comunicação, da interação social e no uso da imaginação, ela pode estar desenvolvendo o autismo, uma síndrome para qual, até o momento, não tem cura. Estes distúrbios do comportamento costumam ser notados antes dos três anos de idade e o diagnóstico precoce do autismo permite a indicação antecipada de tratamento. Essa, inclusive, é a principal dificuldade das famílias: falta capacitação médica para o diagnóstico precoce do autismo.
Dado o diagnóstico, as famílias enfrentam o problema de acesso ao tratamento, isto porque os órgãos públicos ainda não estão preparados para receberem o autista, falta pessoal qualificado. Nas clínicas particulares, os atendimentos custam caro.
As dificuldades encontradas na busca de um tratamento para seus filhos autistas levaram alguns pais a se reunirem e criar a Associação de Pais, Amigos e Simpatizantes do Autista – Asas, fundada oficialmente no dia 5 de outubro de 2009, que oferece atendimento a 12 crianças associadas residentes em João Pessoa, Bayeux e Santa Rita, mas já tem 10 na lista de espera.

Para funcionar, a Asas conta com o apoio da Prefeitura de João Pessoa – que cedeu a casa localizada na avenida Vasco da Gama, 1035 – e do Governo do Estado – com a cessão dos professores. A entidade sobrevive da doação dos pais e amigos destes.



A ASAS oferece atendimento pedagógico, atividades da vida diária, natação e atividade motora, além de acompanhamento com fonoaudiólogo e psicólogo. Cada criança é atendida quatro vezes por semana por um período de 2 horas. “Mas a ideia é que o atendimento tenha pelo menos uma duração de quatro horas”, adiantou Rodrigo Camboim.
                               
O presidente da Asas comentou ainda que as políticas públicas existentes no Brasil são mais voltadas para a inclusão escolar, mas, segundo observou, nem todo autista consegue ficar numa escola. Por isso defende a existência de espaços voltados exclusivamente para o autista, até porque os pais, em especial as mães – as mais envolvidas com os filhos – precisam de algumas horas para poder resolver situações inerentes ao cotidiano, como ir ao médico, fazer feira, etc.
Esta, inclusive, é uma meta da diretoria da Asas: possibilitar que a entidade funcione como uma espécie de creche para os seus usuários, cujos pais poderão ter um pouco mais de tempo disponível. Este é um longo caminho a ser percorrido, mas, se depender da perseverança destes pais, esta será apenas mais uma etapa a ser cumprida
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